Na boca temos um vinho de presença, cheio, denso, encorpado, com taninos vivos e carnudos revelando sabores de ameixa preta em calda, chocolate, defumados e um toque de café torrado no longo final. A mineralidade percebida no aroma também se faz presente, nos deixando atônitos com sua incrível complexidade.

No olfato é intenso, exibindo aromas de cassis, pimenta, chocolate amargo e geleia de morango, além de nuances minerais e um toque tostado.

Jancis Robinson disse: ''Bargylus, o melhor vinho produzido no Mediterrâneo Oriental''. Um vinho da SÍRIA! Aliás, vinho não, VINHAÇO, produzido pela única vinícola deste país que encontra-se em uma triste situação de guerra. São inúmeras as adversidades que os vinicultores enfrentam até que a uva colhida seja transformada no produto dentro da garrafa. Ao nos depararmos com um vinho sírio, ficamos bastante surpresos, mas é difícil traduzir em palavras nossa emoção ao degustá-lo. Ainda não sabemos se a situação complicada em que o país se encontra influenciou o paladar dos nossos sommeliers, mas o que foi constatado é que o vinho é simplesmente demais. Produzido sob consultoria do renomado enólogo francês Stéphane Derenoncourt, arrancou elogios tanto de James Suckling como de Jancis Robinson e hoje está presente em concorridas cartas de vinhos de famosos restaurantes londrinos e parisienses. É elaborado no Monte Bargylus, na costa montanhosa de Jebel Al-Ansariye, local no qual já se produzia vinho desde a época do Império Romano. Trata-se de um blend com predominância de Syrah que se desenvolve de forma majestosa, aproveitando-se de condições similares às encontradas na região onde atinge a sua mais célebre expressão: o norte do Rhône, em particular dos solos pedregosos e do clima continental com invernos rigorosos e verões intensos. O vinho é completado por parcelas menores de Merlot e Cabernet Sauvignon e depois maturado por 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Logo na análise visual, constatamos que trata-se de um produto de peso, pois apresenta uma linda e profunda cor rubi com reflexos violáceos. No olfato é intenso, exibindo aromas de cassis, pimenta, chocolate amargo e geleia de morango, além de nuances minerais e um toque tostado. Na boca temos um vinho de presença, cheio, denso, encorpado, com taninos vivos e carnudos revelando sabores de ameixa preta em calda, chocolate, defumados e um toque de café torrado no longo final. A mineralidade percebida no aroma também se faz presente, nos deixando atônitos com sua incrível complexidade. Enfim, um vinho realmente único que está em um estágio muito interessante para ser apreciado, mas que ainda tem longos anos pela frente. Aposte em pelo menos 45 minutos de aeração em decanter antes de servi-lo. Uma prova da incrível capacidade da viticultura em triunfar mesmo nos ambientes mais hostis e inóspitos. O exemplar está pronto para ser apreciado, mas poderá ser degustado, ainda em seu ápice, até fins de 2026.

Estagiou em madeira. Recomenda-se decantá-lo por 1h. Na análise visual, constatamos que trata-se de um produto de peso, pois apresenta uma linda e profunda cor rubi com reflexos violáceos.